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sexta-feira, 28 de agosto de 2015
Andança: Beth Carvalho O Musical
Ganhei o convite para assistir ao ensaio aberto do musical sobre a vida da grande cantora Beth Carvalho. O espetáculo começa sem graça, com pouco ritmo. A atriz mirim precisa melhorar a articulação e ficar mais segura no palco. Há uma confusão de vozes em uma cena na qual Beth é levada para cantar e a professora está ensaiando com as alunas, elas fazem um som vocal alto e a cena falada continua, precisamos fazer um esforço para entender o diálogo.
Há também um problema na passagem de tempo, quando a mãe da Beth não fica nem com cabelo branco.
A peça melhora com a entrada da excelente atriz Stephanie Serrat mostrando competência vocal e interpretação convincente. Outro ponto alto foi a performance triunfal da atriz que interpreta Maria Bethânia cantando Carcará (o público aplaudiu efusivamente). É de arrepiar!
A caracterização e interpretação de Silvio Caldas, Milton Nascimento, Pixiguinha e Cartola ficaram perfeitos.
Quando a música andança começa a ser interpretada na primeira vez e o público começa a seguir a música, entra uma personagem em cena falando alto e atrapalhando a música. A música se encerra e Isaura, personagem sem graça que não diz a que veio, fala ao telefone com a amiga Jurema. Só no final do espetáculo entendemos que ela era uma fã que acompanhou a carreira da cantora. Ao longo da peça, Isaura entra várias vezes, sempre falando alto ao telefone. Fica claro que a presença de Isaura é uma distração para o público, já que os atores tem pouco tempo para trocar de roupa.
Após a passagem de tempo, aparece Beth nos dias atuais, e as cenas voltam a ficar sem ritmo. A cena do samba no hospital dá uma levantada. Mas depois surge Isaura novamente, resultando em uma cena com texto e interpretação fracos. Ficou novamente cansativo: quando achamos que a peça acabou, vem uma cena com Beth fazendo show em madureira e Isaura finalmente conhecendo a Beth. A cena ficou sem emoção, poderia ter sido cortada. O espetáculo como um todo poderia ter menos tempo de duração, ficou cansativo.
Perto do final, o pai aparece com uma caixa de lembranças da careira da filha. Ele pega a capa de um disco e fica olhando a contra capa. A cena fica demorada e sem muita expressão emotiva. Faltou algo como recortes de jornais, revistas da época ou fotos para que fosse passada verdade cênica.
No geral foi uma boa performance, mas precisa melhorar muito coisa, sobretudo em detalhes técnicos. Paga o ingresso o carisma e a excelente performance de Stephanie, o desempenho dos "covers" (Milton Nascimento e companhia) e a arrepiante cena de Carcará.
Espero que no dia 10 de Setembro o musical estreie com todo brilho que a Beth merece!
Direção: Ernesto Piccolo
Teatro Maison de France
Estréia 10 de Setembro
Cotação: Razoável
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