"Comemorando 60 anos de carreira, Stênio Garcia estreia o espetáculo inédito, "O Último Lutador". A produção é a primeira no Brasil que utiliza o universo da Luta Livre como ferramenta dramatúrgica, mas, na verdade, a peça busca mostrar que por trás de guerreiros, gladiadores modernos, existe um lado humano e familiar. E de como nem sempre é fácil viver em família, de como as diferenças podem mudar os destinos das pessoas, mas que nunca é tarde para pedir perdão e ser perdoado.
Na linha do diretor Sergio Módena, o aspecto mais interessante de espetáculo é utilizar o universo da luta como metáfora das relações humanas, mais precisamente aquelas que dizem respeito à família. "A luta diária peça aceitação, pelo perdão, pela superação dos limites e pelo amor pode ser facilmente identificada por todos que assistirem ao espetáculo. A família, com todas suas contradições, é a grande protagonista nesse ringue que chamamos vida", conclui Módena.
Longe dos palcos há 18 anos (o último espetáculo foi Michelangelo, em 1998, adaptação e direção Wladimir Ponchirolli), Stênio interpreta Caleb, o homem que desafia o destino para reunir seu clã de lutadores. O patriarca tem por sonho e objetivo trazer de volta o neto perdido, Davi (Mar, o reaproximar do pai ex-alcoólatra, que, por sua vez, é brigado com o outro filho Daniel e com o irmão . Para isso, decide criar um campeonato de Luta Livre e levar a família ao ringue para um combate que vai mudar a vida de todos. À beira da morte, passional e visionário, Caleb é o homem que "faz tudo errado, mas dá tudo certo", como diz sua companheira Diná.
O ano é 1992, ano de importantes mudanças políticas no país e marco para a história do vale tudo, com o surgimento do que se irá chamar de MMA."
A peça é interessante, tem uma boa história, o cenário em formato de gaiola remente tanto às rinhas de galo quanto aos ringues de luta.
Na peça a luta exterior é encarada como metáfora da luta interior, por meio da qual cada personagem terá que encarar e vencer seus próprios medos e limitações.
A trama familiar, como pano de fundo, enriquece ainda mais o enredo.
O ator Stênio Garcia está muito bem em cena, vivo, com o personagem bem marcante.
A iluminação ficou a desejar, o blackout final confundiu um pouco, logo em seguida entrou o elenco para os agradecimentos, mas parecia que iríamos saber quem foi o vencedor.
Os espaços cênicos ficaram um pouco confusos.
No geral a peça é muito boa, aproveite e bom espetáculo!
Texto: Marcos Nauer e Teresa Frota
Direção: Sérgio Módema
Elenco: Antonio Gonzalez, Carol Loback, Daniel Villas, Glaucio Gomes, Mari Saade, Marcos Nauer, Stela Freitas e Stênio Garcia.
Cenário: Aurora dos Campos
Temporada: De 15 de Janeiro a 07 de Março
Quando: De sexta a Segunda
Horário: Sexta, sábado e segunda 21:00
Domingo as 20:00
Onde: Teatro dos 4 - 2° Piso
Rua Marquês de São Vicente, 52 - Shopping da Gávea
Quanto: Sexta e segunda R$ 70
Sábado e Domingo R$ 90
Gênero: Drama
Duração: 80 Minutos
Classificação etária: 14 anos
Cotação: Bom
Agradecimentos especiais: