sexta-feira, 20 de maio de 2016

Gota d'Água a Seco




A peça foi escrita por Chico Buarque e Paulo Pontes em 1975. Retrata as dificuldades vividas por moradores de um conjunto habitacional Vila do Meio-Dia, que na verdade são pano de fundo para o drama vivido por Joana e Jasão, larga a mulher com dois filhos para se casar com Alma , filha do rico Creonte.
O diretor Rafael Gomes optou por destacar a história de Joana e Jasão. Para quem não conhece a história ou não viu a peça encenada, o começo da peça é um pouco confusa para plateia, pois há citação de creonte e Alma ( Personagens que não aparecem em cena). Com o desenrolar da história, o público vai se familiarizando com os personagens e a peça fica inrresistível.
O cenário é feito com estruturas de ferro e alguns galões de água, existem 4 cadeiras muito bem utilizadas em cena. Uma hora as cadeiras servem para um verdadeiro malabares corporais dos atores, em outro momento elas fazem referência aos dois filhos de Joana e Jasão.
Destaco a brilhante atuação da atriz Laila Garin, ela desliza sobre ass estruturas de ferro igual um gato andando com elegância em cima dos muros e passando por espaços pequenos. Sua interpretação de Joana transmite uma verdade incrível, vemos as fragilidades e fortalezas existentes naquela mulher sofrida. Cheguei a sentir compaixão pela Joana no diálogo entre ela e Jasão, quando ele diz que ela é velha, que ele se tornou aquele homem maduro e bem sucedido por mérito dele próprio.
Ao longo da peça a história vai envolvendo o público de uma maneira tão forte que parece que todos estão fazendo parte da história no mesmo tempo e espaço dos personagens.
Gostei da areia caindo do galão representando a ampulheta do tempo, afinal de contas Joana tem 24 horas para deixar a vila.
O figurino utilizado é bem aproveitado nas cenas, uma hora ele serve para limpar a casa, outra hora serve como adereço de roda de cultos afrobrasileiro.
Os atores  dividem bem o palco interpretando com maestria as músicas do Chico Buarque. Destaco a força, explosão de vida e voz da Laila Garin no canto solo.
O ator Alejandro tem uma excelente interpretação, passa muita verdade como o malandro Jasão.  Seu trabalho corporal em todas as cenas é primoroso.

Adaptação e direção: Rafael Gomes
Texto: Chico Buarque e Paulo Pontes
Direção musical: Pedro Luís
Elenco: Alejandro Claveaux e Laila Garin
Figurinos: Kika Lopes



Quando: De Quinta a Domingo - Até 26 de  Junho
Onde: Teatro Net Rio
            Rua Siqueira Campos, 143, 2° Piso- Copacabana
Horário: Quinta a Sábado 21:00
                 Domingo 20:00
Valor: R$ 150 ( Inteira) R$ 75 ( Meia - Estudantes, Idosos, assinante Net, O Globo, Caras)
Gênero: Drama
Duração: 90 minutos
Classificação: 14 Anos
Cotação: Bom


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